terça-feira, 4 de novembro de 2008

NÃO FOI SÓ O DIA DAS BRUXAS...


04/11/2008 - (NENADECASTRO-MACUNADRU)

Luminosa manhã de sexta-feira. O sol brilhava, secando as poças que a tempestade da noite anterior deixara. Fora uma chuva forte, com ventos, e o ruído da janela batendo me acordou. Fiquei ali, sem me mover, apesar dos pingos que invadiam o quarto pela abertura da janela. Passei a mão pela borda da cama, molhada pela água que descia do céu e o vento impelia até onde eu estava. Veio-me à mente, uma outra noite de tempestade, há muito, muito tempo atrás, em que acordei com minha irmã Mariinha me chamando. Chovia a cântaros, eu dormia perto da janela, minha cama estava molhada pela água que descia da goteira, mas eu continuava dormindo o sono de uma criança de 7 anos. – "Acorda menina, tá tudo molhado, passe para cá" - disse ela, colocando meu travesseiro no canto de sua cama. Ajeitei-me feliz, dividindo a coberta com ela, creio que você já dormiu no cantinho da cama de seus pais, de um irmão, de sua madrinha. A sensação de calor, proteção, e amor penetram em seus poros, e você se sente protegida de todos os seus medos, tutu-marambá fica de longe, com inveja do amor que você recebe...
O sol prossegue em sua jornada, a manhã da cidade grande se consome em carros que passam, lotações cheias de pessoas que vão para o trabalho, coletores de material reciclável em seus carrinhos, crianças e jovens indo para a escola... Caminho, respirando fortemente o ar fresco da manhã. Onde estou há casas com jardins, e vejo um incrível arco verde de bambuzinho que separa a garagem da parte interior da casa. Vou para um auditório onde vai acontecer uma solenidade, poetas, escritores, pessoas que amam os livros, estou no meu elemento. À noite, vamos lanchar e procurei ficar sozinha por uns instantes, para agradecer a Deus por mais um ano de vida. As ruas quedavam-se quase silentes. Serenava e o céu deixava cair ouro e prata em partículas de luz. O calçamento iluminado acolhia meus passos, o ar rescendia a flores. E assim, cercada de magia e de beleza, vi elfos e sílfides dançando ao meu redor. Recordei a voz de Larissa dizendo "te amo, mãe!". E feliz, agradeci ao Criador por ter alcançado os meus 5.9. Voltei para os meus amigos que me aguardavam, e recebi os seus abraços...

UM MAL ENTENDIDO HISTÓRICO

Zuenir Ventura conta em seu livro "1968, O Ano Que não Acabou", que Ziraldo foi preso logo depois do AI-5 e colocado no "Maracanã", um amplo local no DOPS, no Rio de Janeiro, para a triagem. Logo ao chegar, foi abordado por um rapaz que queria saber "a linha do companheiro". Existia na época, entre as esquerdas, uma diferença de pensamento: o pessoal do PCB, o Partidão, defendia a moderação e a revolução a partir da conscientização dos operários, e através deles, do povo; eram os reformistas. Já o pessoal dos movimentos estudantis, defendia a ação, a luta armada, eram os radicais, os revolucionários. As discussões eram intermináveis e Ziraldo, querendo evitar um bate-boca ali no DOPS, respondeu:
- Eu não pertenço a linha nenhuma, sou um democrata e não quero discussão!
O rapaz não entendeu. Entre as dezenas de presos naquele dia - bicheiros, jornalistas, intelectuais, - chegara uma leva de motoristas de ônibus apanhados em uma blitz policial. A filha de um general havia sido destratada por um deles em um ônibus e o pai determinara à polícia que saísse prendendo todos, para que a moça pudesse reconhecer o agressor.
- Calma, companheiro, disse o rapaz, eu só queria saber qual é a sua linha de ônibus! Ziraldo percebeu, então, que sua camisa cáqui, com presilha nos ombros, era igual ao uniforme dos motoristas...
POESIA SEMPRE.

É ELA, É ELA, É ELA, É ELA!
(Segunda parte da Lira dos Vinte Anos)
ÁLVARES DE AZEVEDO
"É ela, é ela! – murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou – é ela!
Eu a vi... minha fada aérea e pura –
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas – furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas;
Eu a vejo e suspiro enamorado!"

ZOOM
►BOM DIA, grande Célia Brito, professora de Português do Colégio Assedipa. Assisti ao ensaio do seu VI Festival de Poesia e Música - Uma Homenagem à Mulher - a que não compareci por ter viajado. Vi a alegria, o entusiasmo, dos alunos do curso Médio, tocando violão, cantando canções de Vinícius, declamando poesias de poetas nacionais e de poetas ipatinguenses. Coisa mais linda! Obrigada pela homenagem prestada a mim, a Marília Lacerda e Dona Chammes. Que projeto magnífico! Por estas e por outras é que me orgulho de ser professora. Parabéns a todos, alunos, Colégio e à mestra Célia que, aliando coragem paciência e garra, tem mostrado aos seus alunos o caminho da beleza!
►Um abraço para a estudante de Direito Camila Carvalho Assis, que presta serviço no Juizado Especial. Viajamos juntas e descobrimos, além do Direito, uma outra paixão: a professora Maria Emília Souza, que ministra Direito Civil na FADIPA, e é uma grande amiga desde o tempo em que foi minha estagiária na Defensoria Pública Municipal. Querida Emília, eu disse à Camila, que se ela seguir os seus passos, vai ser uma grande profissional! Pessoal, obrigada pelas flores, e pelos votos pelo meu aniversário no dia 31. A querida amiga Maria do Rosário Machado me enviou uma cesta de café da manhã que foi uma festa! Merci!
►Procurem ler na revista Veja desta semana, a reportagem sobre outros remédios que fazem mal e foram proibidos por provocarem doenças, ao invés de ajudar os usuários. Tá complicado e todo cuidado é pouco!
►Um abraço para a psicóloga Valéria Imaculada Andrade,que faz seu trabalho aliando a Arte aos cânones da Psicologia. Comuniquem-se com ela através do valériaarteterapia@hotmail.com
►Abraços também para as professoras Dalmácia Ramos e Maria Aparecida Ferreira, Cibele Lage e Mayza Domingues Castro.
►Um dia cheio de luz, carinho dos amigos, esperança infinda, emoção e alegria, com os versos de Carlos Drummond de Andrade e o samba de Dudu Nobre. Aquele mingau de couve com pedaços de lombo frito, à moda da roça, doce de cidra para acompanhar, sorrisos de crianças em harmonia com a vida, e a indispensável paaz, são os meus votos. ►Críticas, sugestões e eventuais elogios, pelo e-mail: nenadecastro@yahoo.com.br. Au Revoir.