quinta-feira, 22 de outubro de 2009

OS CONTOS DE FADAS NOS DIAS DE HOJE...

Outro dia, uma senhora com a qual conversei, ficou muito espantada quando lhe falei que conto histórias e que tenho uma lista de escolas e creches à espera de uma vaga. Ela achava que, hoje, as crianças só se interessavam por celulares, computador e jogos eletrônicos e ficou agradavelmente surpresa com a notícia. Pois é, a Tradição Oral nunca morreu, continua cada vez mais viva. Os professores antenados sabem do valor das histórias para as crianças e buscam sempre mais livros, mais histórias, mais contadores. É uma experiência ímpar, encontrar as crianças e começar a narrativa. Ainda que sejam levadas, e às vezes fiquem um pouco dispersas, dependendo da faixa etária, daí a pouco, todas se rendem e acompanham a história. Ficam atentas, com os olhos fixos no narrador ou narradora, acompanhando cada palavra que é dita pela encantadora de palavras, que vai conduzindo o fio narrativo através das peripécias dos bons e maus. Há uma mágica de encantamento entre quem ouve e quem conta. Os gestos e sons pontuam os momentos marcantes, e a criançada se perde e se acha pelo entretecer das histórias que lhes contam das lutas, dos ganhos e perdas, derrotas e vitórias acontecidas durante a nossa existência... Catarse total, suspiro de alívio, pena, raiva, indignação, sorrisos. Isto e muito mais tenho vivenciado nas visitas que faço às escolas, contando Histórias. Uma história bem narrada, mesmo tendo um tema central, nunca será igual, alguma coisa nova é acrescentada e aí está a arte do narrador, ele reveste a história de encantamento e poesia, e faz com que as pessoas pensem, à medida em que se resolvem os conflitos. Pois as histórias trabalham justamente a vida, pontuando problemas e sofrimentos e apontando a solução, através do enfrentamento, através da busca de solução. E assim, divertem e ensinam as pessoas a pensar, sempre que se ouve uma narrativa, toda uma gama de sentimentos aflora. A criança quer saber tudo sobre o processo do nascimento até a morte, da vida em geral e da sua, em particular. As histórias trabalham justamente isso, pontuando problemas e sofrimentos e apontando a solução, através do enfrentamento. É a síntese da própria vida, pois desde o nascimento até o findar da existência, não fazemos mais que lidar pela sobrevivência, em resolver enigmas e problemas, em lidar com perdas e ganhos na jornada. Por aí se vê a causa de as histórias terem atravessado milênios e se mantido vivas. Você sabia que há registros de que o conto Cinderela já era contado na China, no século IX a.C?E chegou aos nossos dias, perpetuado há milênios, atravessando as geografias, provando a força e a perenidade do folclore dos povos. Sua longevidade se mostra através do envolvimento no maravilhoso, um universo que traz à tona a fantasia, partindo sempre de uma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer criança já viveu e vive. Há um conflito que precisa ser resolvido, através da fantasia, do imaginário, com intervenção de entidades fantásticas... A professora Vera Teixeira de Aguiar explica que os contos de fada mantêm uma estrutura fixa, e partem de um problema vinculado à realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filho), que desequilibra a tranquilidade inicial. O desenvolvimento é uma busca de soluções, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos (fadas, bruxas, anões, duendes, gigantes, etc.) a restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real. Valendo-se dessa estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e, de outro, transmitem à criança a idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo necessário assumir o real, no momento certo. E para as pessoas que acham que histórias para crianças não tem importância, digo que todos gostam delas, pois os contos de fadas falam de medos, de amor, da dificuldade de ser criança, de carências, de autodescobertas, de perdas e buscas. Por lidar com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até nossos dias... E nada mais digo hoje, porque o assunto é fascinante e voltaremos a ele. Que as fadas iluminem o seu dia!ADOÇANDO O DODÓINo dia 15, a convite da estagiária de Enfermagem do Unileste, Cristiane Mendes, fomos ao Setor de Pediatria do Hospital Municipal. A Turma de Cristiane, formada por alunos do 8º Período de Enfermagem Vespertino, estava lá, toda animada, todo mundo fantasiado, com brincadeiras e presentes para a meninada. Foi muito bonito, eles cantaram, pintaram o rosto das crianças, usaram fantoches para ensinar o valor da higiene corporal, e eu contei histórias de bichos, li Mariana Catibiribana, e foi muito bom ver as crianças, mesmo no soro, sorrindo com nossas brincadeiras! Parabéns aos alunos Anderson do Amaral, Felipe Ruas, Felipe Teixeira, Fernanda Lima, Emilyane Ribeiro, Geniane Lopes, Graziela Franco, Patrícia Mendes, Talita Corrêa, Juliana Cordeiro, Gabriela Pedrosa, Thaís Cândida, Rosemeire Anício, e ainda a estagirária do 6º período de Psicologia, Mayra Costa. Parabéns aos alunos e aos professores Ricardo Cobucci e Elizabeth Duarte. Agradecimentos especiais para Cristiane Mendes, que me procurou para participar do evento. Merci.ZOOM- A querida jornalista Maria Rita Valentim Rosado curte a espera da primeira filha, ao lado do marido Antônio Marcos. Cumprimentos ao casal. - Abraços para Marília Machado, diretora do Hospital Municipal. - Gente, a coisa está feíssima no Rio de Janeiro. Lembram quando do anúncio da realização das Olimpíadas, eu escrevi sobre não varrer a sujeira, isto é, os problemas daquela linda e infeliz cidade para debaixo do tapete? O caldo está entornando, valha-nos Deus, porque as autoridades, eu não sei se valerão! - Eu, hein, inda-qui-mal-o prigunte, o que o presidente do Irã tem a nos ensinar? - Pouco a pouco a paisagem vai sendo modificada no Imbaúbas. Prédios substituem as casas. Dizem que é o progresso. Que pena... Como disse Caetano, “é a força da grana que ergue e destrói coisas belas.” Aí vem mais gente, mas e quanto à infraestrutura? Que bom seria se a lei proibindo a verticalização em bairros históricos não tivesse sido só um sonho... - Minha branquinha Larissa começando atividades profissionais na área de Nutrição, na região. Boa sorte, filhota! - Gente, é brincadeira o tratamento de certas firmas quando se quer cancelar um cartão de crédito. O dia que tiver paciência, conto pra vocês o papo-aranha de um atendente em São Paulo. Falei poucas e boas com ele! Desabusado! Claro que é a política da empresa, mas dai-nos paciência, Senhor! As leis neste país... brincadeira! - Por falar em leis, achei muito desrespeitosa a expressão “corno solene” usada por um juiz no Rio de Janeiro, referindo-se ao autor de uma ação contra o amante da mulher! Ora, cabe ao juiz deferir ou não, mas daí a abusar... - Abraços para o Grupo Farroupilha, para o dentista Marco Aurélio Tancredo e Clara Mirtes nesta terça-feira. - Um dia cheio de cores, música e felicidade. Som de Vanessa da Mata, poemas mineiros de Drummond, suco de carambola, frango frito com arroz branco e tutu molinho, couve picadinha, cebolinha e salsa, e aquela pimenta malagueta. Além disso, amor e paz, são os meus votos. Au revoir.

(20/10/S2009)